terça-feira, 11 de setembro de 2007

De boas intenções o inferno está cheio

Hoje senti esse ditado na pele. Estava atendendo uma pessoa quando o funcionário responsável pelo posto chegou e deixou claro que eu deveria estar no meu local e não no dele.
Como as coisas são engraçadas! Eu, que estava desocupada, encontrei uma pessoa aguardando e não podia atendê-la na ausência do outro funcionário porque era o posto dele.
Outro dia, minha chefe me viu desocupada e disse que eu deveria ajudar meus colegas (coisa que eu já fazia, mas tudo bem). Expliquei à minha chefe que naquele momento eu estava desocupada porque não havia nenhum outro serviço a ser feito nem ninguém precisando de ajuda. Era um momento raríssimo, desses que acontecem de vez em quando e quase nunca. Desde que tive essa conversa, passei mais ainda a procurar o que fazer, para que ninguém reclamasse que eu estava parada. E foi então que o episódio de hoje aconteceu: levei bronca por ajudar.
Como gosto das coisas claras, fui conversar com a minha chefe e ela decidiu chamar o outro funcionário para conversarmos os três juntos. Nessa conversa, ouvi da boca da minha chefe algo que eu já tinha ouvido de outra pessoa: que o funcionário foi quem havia reclamado pra minha chefe que me viu sem fazer nada e que por causa dele que ela tinha me chamado a atenção. E a minha chefe questionou o funcionário: se ela não ajuda, você reclama, se ajuda, você reclama. O que você espera dela?
O outro funcionário disse que eu deveria procurar tarefas que não ouvessem sido designadas a alguém pois se o fizesse estaria invadindo o espaço alheio. Disse também que só quer ser ajudado se pedir e afirmou que outras pessoas as quais eu costumo ajudar também se sentem incomodadas. O funcionário concluiu sua explicação dizendo que o problema era uma questão de liberdade: a minha deveria acabar onde começava a do outro.
Minha defesa foi: estou lá para trabalhar e não para atrapalhar ou invadir o espaço de ninguém. Se minha ajuda estava incomodando, passarei a aguardar uma solicitação para então colaborar novamente. Minha chefe concordou. Mas afirmou que então ninguém poderia reclamar mais se eu estivesse parada por ter terminado o meu serviço.
O ocorrido de hoje repercutiu como uma bomba mal cheirosa que explodiu numa ventania: todos me perguntavam sobre o assunto. Para não complicar a situação, me limitei a dizer que o problema estava resolvido e que isto era o mais importante.
Mas uma idéia não me sai da cabeça: o que o funcionário chamou de liberdade eu chamaria de território, pois tenho visto que diariamente ele defende seu espaço e mostra as garras ao ver seus limites transpassados.
E foi assim que eu descobri porque o inferno está cheio de boas intenções.

2 comentários:

Anônimo disse...

é por isso que eu prefiro trabalhar sozinho. pq sempre tem alguém pra ficar marcando em cima e tentando subir a custas dos outros. Já me ferrei por gente reclamando de mim pra diretora de escola. Pq a tal pessoa queria o meu cargo.
É por isso tb que prefiro trabalhar em casa fazendo brinquedos. espero que isso dê dinheiro.

Unknown disse...

O inferno, minha cara... São os OUTROS!