quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Nomes, apelidos e bullying

"Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria igual perfume."

Assim Julieta disse a Romeu.

Um nome não torna alguém melhor ou pior. Shakespeare escreveria com menor qualidade se seu nome fosse John ou Peter? E algum John ou Peter escreveria tão bem quanto o escritor inglês se seu nome fosse Shakespeare? Assim ocorre com tudo na vida: os nomes somente denominam as coisas, sem alterar suas qualidades.

Confesso que os apelidos carinhosos costumam ser bem-vindos pelas pessoas, pois são reflexo da intimidade e do carinho existente entre elas.

O que me incomoda são os apelidos maldosos, principalmente aqueles inventados para chatear as pessoas. Sei que algumas pessoas dirão que isso é apenas uma brincadeira, principalmente quando ocorre entre crianças e jovens. Costume infeliz. O que as pessoas que apelidam as outras talvez não saibam é que o apelidado na maioria das vezes não gosta e fica chateado com a situação, muitas vezes sem saber como resolvê-la.

Geralmente, os apelidos são utilizados apenas como uma forma de agressão, o que, somado a outros comportamentos agressivos, atualmente passou a ser conhecido por bullying.

Bullying é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros.

Ocorre principalmente entre os estudantes de 10 e 15 anos de idade, mas também pode ocorrer entre adultos no ambiente de trabalho.

Na escola, o bullying caracteriza-se pelos apelidos, gozações, a exclusão das brincadeiras, a humilhação e ridicularização, sendo uma soma de comportamentos que fazem parte da rotina de um número significativo de adolescentes. Como mais da metade dos alunos é vítima ou agressor, em algum momento da vida estudantil alguém sofreu, promoveu ou viu um ato de bullying.

A maioria das vítimas de bullying sentem-se intimidadas e isoladas chegando, em alguns casos, à perda de interesse pela escola e depressão.

Já na idade adulta, o bullying costuma acontecer no ambiente de trabalho, caracterizando-se por piadinhas ou críticas constantes ao desempenho de alguém, por dar mais tarefas do que um funcionário consegue cumprir para conduzi-lo ao erro e outras atitudes que deixam o trabalhador sentindo-se humilhado perante os demais colegas. O bullying pode vir de um superior ou de alguém de igual posição, sendo a primeira opção mais freqüente e, muitas vezes, culmina em um pedido de demissão.

Em ambos os tipos de bullying, há casos de pessoas que não suportaram tamanha pressão psicológica e cometeram suicídio.



O que fazer?

No caso do bullying escolar, os pais devem acreditar na existência do problema, apoiar seus filhos e buscar uma solução ao problema juntamente com a direção da escola ou universidade.

No trabalho, a pessoa pode começar conversando sobre o que está acontecendo com seu chefe. Caso isso seja ineficaz, ela deve procurar o seu sindicato e, na ausência deste, o setor de recursos humanos e fazer uma reclamação por escrito. Caso não obtenha uma solução, ela pode procurar um advogado trabalhista e pedir-lhe conselhos. E, se nada mais funcionar, a pessoa pode iniciar um processo judicial.

Em todas as formas de bullying, a instituição deve buscar previnir novos casos, divulgando informação, conscientizando e sensibilizando todos sobre a existência do problema.

A prevenção é sempre o melhor caminho!


Fontes consultadas:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18676.shtml

http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm

http://www.observatoriodainfancia.com.br/rubrique.php3?id_rubrique=19

http://www.cicviseu.net/Principal/Noticias/Noticias.ASP?CodTema=15

http://www.esec-danielsampaio.pt/OsmeusWebsites_Webquest/Recursos.htm

http://www.espacoacademico.com.br/043/43lima.htm

http://www.advicenow.org.uk/go/feature/feature_363.html?pkgid=35

2 comentários:

Freak disse...

A coisa é especialmente cruel na escola, principalmente na escola pública. Não existem meios legais de punição de um aluno, e somando isso aos funcionários que não estão nem ai tem-se uma situação bem dificil. As vezes a única coisa que posso fazer é dizer para o aluno : "o ensino médio acaba"

Belcrivelli disse...

Essa realidade é muito triste, pois o que poderiam ser anos dourados de desenvolvimento intelectual e fonte de laços de amizade, passam a ser os anos de martírio e tormenta que muitos estudantes provavelmente só querem esquecer...