sábado, 11 de agosto de 2007

Dia XI

***Imagens do Dia***
Já que sonhei com o Hopi Hari...

***Pérolas da Infância***
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Mãe, vou abrir um vão na janela para entrar uma brasa de ar fresco.
- Brasa?!
- Não, não, brisa!
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Contando dinheiro:
- Mãe, nota custa mais que moeda!
- Não é custa que se diz, é vale mais...
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***Meu dia***
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Acordei com a seguinte idéia na cabeça:
"Viver é eternamente aprender."
Estamos sempre aprendendo algo. Adquirindo um novo conhecimento, um novo ponto de vista, uma maneira diferente de encarar uma situação...
As lições da vida estão em todo lugar. Muitas vezes nem as procuramos e freqüentemente elas estão onde menos se espera. Nem todas as lições são boas. Algumas até são dolorosas, mas todas contribuem para o nosso desenvolvimento. Uma mesma lição pode gerar diferentes reações nas pessoas, dependendo de como a vemos. Cabe a nós decidir como enfrentar as lições. Alguns ficam entusiasmados, outros revoltados. Há aqueles que se deprimem, enquanto outros tornam-se indiferentes. Algumas pessoas são pacientes, outras inconformadas e muitas resignadas. Há aqueles que passam pela mesma lição muitas vezes sem nada aprender, enquanto outros aprendem apenas observando alguém próximo. Como estar vivo é passar pelas várias lições que a vida nos proporciona, resta uma coisa a se pensar: como vamos encarar essas lições? E, como isso é algo individual, cada um tem decidir isso por si mesmo. Eu já escolhi meu caminho. Você já escolheu o seu?
Uma menina estava contando sobre seu pai. Ela dizia que as peças que ele pregava eram piores que apanhar ou ganhar um castigo. A primeira que ela se lembrou aconteceu com sua irmã. Ela saiu para ir a um show e havia combinado de ser pega pelo pai 23:00 hs. Quando ele foi buscá-la, o show havia acabado e ela não estava lá. Ele deu algumas voltas no quarteirão e voltou pra casa sem encontrá-la. Ela só retornou 6:00 hs da manhã, pois saiu daquele show e foi a outro com uns amigos. O pai não disse nada sobre o cocorrido e mandou que a filha lavasse a louça. Quando terminou, ainda mais cansada do que chegou, sentou-se no sofá e cochilou. O pai jogou um balde de água fria na cabeça dela, dizendo que hora de dormir era de noite. Nunca mais a menina repetiu o episódio.
Agora vou contar uma história que aconteceu com a narradora. Quando ela tinha quinze anos, foi à praia passar as férias com a família dela. Lá, conheceu um surfista de vinte e cinco anos, pelo qual se apaixonou. Ela disse que tinha mais idade e achou que ele acreditou. Para aproximar-se dele, pediu-lhe aulas de surf e passou a encontra-se secretamente 6:00 da manhã. O pai, estranhando a hora que a menina saía de casa, seguiu-a no terceiro dia. Ao vê-la no mar com o rapaz, não brigou nem fez escândalo. Pegou o irmão dela pela mão, uma câmera fotográfica e saiu chamando a filha na beira da água:
- Filhinha! Vem tirar uma foto com o seu irmão!
A menina tentou ignorar. Quanto mais ela fingia que não era com ela, mais o pai gritava:
- Vem filhinha! Deixa eu tirar uma foto sua nessa prancha legal!
Tanto chamou que a menina foi. Depois das fotos, o pai partiu.
O surfista perguntou se a família dela estava toda lá e disse que achava que ela estava sozinha.
Acabada a aula, o surfista foi embora. Não apareceu por la´no dia seguinte e nunca mais foi visto naquela praia. Restaram as fotos, símbolo da vitória do pai.
Falando em lembranças do passado, ontem à noite conversei por telefone com um amigo com quem não falava há muitos meses. Depois, sonhei com o Hopi Hari, onde fui com ele uma vez, alguns anos atrás... Ele não apareceu no meu sonho , mas vejo perfeitamente que foi por ter conversado com ele que sonhei com o local. O local me lembra que tempos depois me descobri apaixonada por ele mas não cheguei a me declarar, pois ele sempre gostou de uma garota com quem namorou e que agora mora no exterior. Mas isso são águas passadas, talvez ele continue interessado nela, mas eu já desisti dele...
Isso me faz pensar uma coisa: como essa história de se apaixonar mudou com o passar dos anos.
Meu primeiro amor foi um menino da 4ª série, pelo qual continuei interessada até o primeiro ano do 2º grau. Já a minha filha , quando tinha 3 anos, se apaixonou por um amiguinho um ano mais velho. Com 4 anos ela ainda gostava dele, mas com 5 já estava interessada em outro, do qual gosta ainda hoje. Mas ele não gosta dela, chegando até a tratá-la mal. Aconselhei-a a não ir atrás de quem não gosta dela, pois isso só a estava chateando. Parece que o conselho ajudou, ela parou de procurar estar sempre perto dele, mas vejo que quando o nome dele é citado em uma conversa ela ainda fica chateada.
Vejo que muitas coisas estão começando cada vez mais cedo. As informações atingem as crianças e as estimulam prematuramente. E não é só com relação às emoções que elas estão mais precoces. As crianças também querem se vestir como os adultos. Querem sadália de salto, por exemplo. Tive que dar uma longa explicação sobre o assunto antes de convencer a minha filha de que seu corpo estava em desenvolvimento e a sandália de salto atrapalharia. Com 7 anos, ela quer usar sutiã. Não vejo necessidade, mas ela vê.
Temo que muitas coisas, por serem lidadas por uma criança ainda em amadurecimento, sejam banalizadas, o que seria ruim pra ela. Tenho procurado oferecer informação, conselho, enfim, tenho tentado ajudá-la da melhor maneira que encontro, já que muitas coisas ela aprende com os amiguinhos dos quais não posso privar-lhe a convivência. O mundo está assim e não posso criá-la em uma redoma.
Os anos vão passar. Que mundo as futuras crianças encontrarão?

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